quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Das utopias

**Feliz de mim que possuo utopias, pois o dia em que perdê-las já não terei motivos para viver**

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Leandro Guilheiro: Orgulho brasileiro

A conquista parece simples aos olhos dos leigos, mas para o atleta, cada segundo é dedicado ao esforço e à busca do impossível. Nossos atletas são verdadeiros heróis, pois em um país em que o incentivo ao esporte é praticamente nulo, cada atleta que consegue uma vitória é digno de ser chamado herói. Aliás, competir em um evento como as olimpíadas já é heroísmo, o que me faz aconselhar a cada brasileiro a dar mais valor ao que nossos atletas conquistam, principalmente em outros esportes, que não o futebol.

Não é digno de a nação brasileira criticar uma medalha de bronze por achá-la inferior. Ser o terceiro lugar entre dezenas de nações desenvolvidas que dedicam à juventude o espaço ao esporte, ao lazer e a educação, é simplesmente divino.

Não acompanho os esportes freqüentemente, mas desde a última olimpíada em Atenas, venho acompanhando um atleta em especial, o judoca Leandro Guilheiro. O bronze de Leandro em 2004 se repetiu agora em 2008.
A carreira de Leandro foi marcada nos últimos meses, por muitas lesões, dores e contusões. Apesar dos desestímulos do destino, Leandro se superou mais uma vez e agora traz mais um orgulho ao Brasil. Um bronze, que vale ouro ao único judoca brasileiro a subir ao pódio em duas olimpíadas consecutivas.

Parabéns a Leandro pela garra, determinação, coragem e pela vitória. Alerta ao Brasil para prestar mais atenção aos atletas e dar mais valor a algo tão relevante para as nações quanto o esporte.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O valor do desconhecido



Pessoas anônimas, desconhecidas e esquecidas são a matéria prima para as comoventes crônicas/reportagens da jornalista Eliane Brum em “A vida que ninguém vê”


Eliane Brum em seu livro “A vida que ninguém vê”, (Arquipélago, 2006) traz para o público a essência que todo repórter deveria ter em sua profissão: a busca por personagens da rua. Isso significa que o repórter não deve se acomodar às paredes da redação e à pesquisa de matérias na Internet e sim voltar às raízes do jornalismo e sair para a rua na busca de suas personagens.
Publicada durante o ano de 1999 no jornal gaúcho Zero Hora, a coluna A vida que ninguém vê foi uma proposta feita à Eliane por Marcelo Rech, com o objetivo de mostrar ao público as vidas anônimas esquecidas pela grande imprensa. Eliane com um gosto nato por ouvir e contar histórias, aceitou o desafio e semanalmente trazia ao público riograndense a história de vida de pessoas esquecidas, mas que tinham muito a dizer.
Tornou-se inesquecível a saga de Antônio, um excluído da sociedade, vítima da saúde pública que em uma mesma semana enterrou um filho e a esposa, tendo ainda dois rebentos internados. Também inesquecível o sonho de Adaíl, o maleiro do aeroporto de Porto Alegre que desejava muito voar e que graças à matéria de Brum teve seu pedido atendido pela TAM, que o levou até Aparecida onde devia pagar uma promessa . Histórias como a do cativante colecionador das almas sobradas, um senhor que recolhia nas ruas “vidas jogadas fora” e dava novo valor ao que a sociedade considerava lixo, ou ainda o conde decaído, que nos mostrou como pessoas imortalizadas pela história podem cair no triste esquecimento.
Eliane Brum em uma coleção de crônicas-reportagem, revela ao leitor a história do pobre, do deficiente, do louco, do idoso, do excluído. Com um tom literário bastante aguçado que muitas vezes beira o melodrama, A vida que ninguém vê é um alerta para o jornalista e para o público em geral que não vê as mazelas sociais como deveria. O livro tenta demistificar determinados tipos de personagens enxergadas por todos com preconceito, como o mendigo, o pedinte de pernas atrofiadas, o menino favelado paraplégico que luta diariamente para descer e subir o morro onde mora, a mulher negra e deficiente que sonhava em ser professora mesmo com todos os impedimentos, a senhora analfabeta que desde criança sonhava estudar e a divertida Frida com seu amor platônico por um vereador da cidade.
As personagens mostradas pela autora são apenas exemplos, mas levam o leitor a pensar, pois cada um de nós já conheceu pelo menos um exemplar de cada uma dessas personalidades anônimas. Quem não irá lembrar da pequena Camila, pedinte dos faróis gaúchos que morreu na luta pela liberdade, ao dizer a própria Eliane que nós conhecemos e vemos todos os dias muitas Camilas sem ao menos nos darmos conta delas.
As crônicas de Eliane revelam que essas pessoas consideradas sem importância, também possuem uma história de vida e que desejam acima de tudo o respeito de todos que os vêem com desconfiança e a partir daí, poderem ter um final feliz como o de Israel, um anônimo esquecido e miserável que encontrou na bondade e no brilho dos olhos de uma professora, um motivo para viver: a educação.
O livro, reunião de diversas matérias publicadas na coluna do Zero Hora termina com uma história que de alguma forma resume as demais. Trata-se de “O Álbum”, que conta como uma vida inteira pode ser jogada fora e esquecida com descarte de um apanhado de fotografias ao mesmo tempo que ao ser encontrada por uma terceira pessoa, pode-se dar um novo sentido à essa vida perdida. É o que Eliane Brum faz em A vida que ninguém vê, descobrindo histórias descartadas e dando um novo significado a elas. O objetivo maior é mostrar que o ser humano é importante em qualquer grau, não porque é famoso e amante dos holofotes. O ser humano é igual pois tem sentimentos, precisa se sentir importante para alguém como faz o “Chorador” que chora a morte de quem não conhece, para que o morto seja igual a todos ao menos no dia da morte e assim também alguém um dia chore por ele, já que chorou por todos a vida inteira.
Esse é o papel do repórter. Observar, conversar e descobrir as mais fascinantes vidas que estão por aí no mundo, esquecidas por todos. Ricardo Kotscho, que realizou o posfácio da obra de Brum, diz em seu livro “A prática da Reportagem” que lugar de repórter não é em outro lugar senão na rua, pois mesmo sem uma pauta pronta ou nenhuma história aparente para contar, sempre pode-se encontrar as mais brilhantes matérias de sua carreira nos lugares mais inóspitos. Foi assim com Eliane Brum.
Tive a oportunidade de conhecer Eliane Brum em novembro do ano passado, durante o primeiro salão do Jornalista escritor, realizado no Memorial da América Latina. Dividindo o palco com Domingos Meireles e Caco Barcellos, a repórter assumiu sua timidez ao preferir ler sua palestra ao invés de falar. O interessante, é que foi dessa maneira, com simplicidade, humildade e um jeito aparentemente frágil, que ela conquistou naquele dia muitos fãs que desconheciam aquela jornalista singular. Ao ler “A vida que ninguém vê”, me afirmei como uma de suas fãs. A jornalista que faz de tudo para não ser vista, me mostrou que o mais importante da vida está nos esconderijos mais íntimos, dentro de cada um de nós.

sábado, 26 de abril de 2008

As remanências da década perdida


O que restou para os jovens da década que os viu nascer.

Há quase vinte anos do término de uma das décadas mais emblemáticas que o mundo viu, os anos 80 ainda são motivo de dúvidas e desconhecimento para a geração atual, que nasceu neste período.
Definida por muitos como a década perdida, os anos oitenta entraram para a história como uma página “sem muita história para contar e muita história para esquecer”. Segundo o historiador Flávio de Souza, 36, tal afirmação não é verdade.
Docente em Recife (PE), ele diz que o jovem que desconhece o período em que nasceu, acaba por desconhecer e subtrair um pedaço de sua própria história e conseqüentemente de sua vida.
A década de oitenta não foi perdida por muitos fatores. Após um período de dura repressão militar, iniciada com o golpe de 64, a abertura política e a anistia devolveram a esperança àqueles que viveram os anos de chumbo. Como declara a dona de casa Laíde Tereza Toschi, 48, a década de oitenta foi um alívio. Colegial na década de 70, Laíde diz que havia uma sensação terrível de medo na sala de aula devido à repressão militar. “Todos os nossos professores, envolvidos com a causa política, conversavam com a gente sobre a situação do país aos sussurros e de portas trancadas. Muitos professores foram punidos com a ditadura. A abertura em 85 nos trouxe devolta a liberdade e aí começamos a saber de verdade o que foi a barbárie militar”.
Ainda de acordo com Laíde, a mulher ganhou um novo papel na sociedade nos anos 80. Surgiram revistas femininas que tratavam de temáticas tais como liberdade, divórcio, e aborto, antes proibidos pela censura; além de maior liberdade sexual.
Porém com a liberdade sexual surge um novo inimigo, muito conhecido nos dias de hoje pelos jovens: a AIDS. Em 1982 é divulgado o primeiro caso de soro positivo no Brasil. Surgem então inúmeros casos da doença em artistas, ídolos da juventude da época, como alguns atores globais e cantores, como o ícone dos anos oitenta, Cazuza.

Sexo, drogas e Rock and roll
Com o lema “sexo drogas e rock and roll”, diz Laíde, muitos jovens passaram a viver vidas marginais. “O uso de drogas era abusivo, a prevenção no sexo era mínima, o que explicava os altos índices de HIV. A única parte boa desse lema era o rock que se solidificou com artistas que marcaram e se tornaram eternos, como os Titãs, Legião Urbana, Ultrage a Rigor, Blitz, IRA, Paralamas do Sucesso, Kid Abelha, Ratos de Porão, em uma cena mais alternativa, e Barão Vermelho” que modificaram o cenário da música brasileira, antes dominado pela MPB. A juventude “oitentista” era rebelde. Para a dona de casa, o nascimento do movimento punk, com os Sex Pistols fez essa rebeldia se intensificar. Esse é um mundo registrado em diversos livros destacando-se “feliz ano velho” de Marcelo Rubens Paiva, tradução do jovem de oitenta.
O movimento político, diz Flávio de Souza, foi intenso no período, já que acabara o milagre econômico e restara apenas o desemprego e a estagnação econômica. A revolta emerge, o apoio às causas sindicais, como a de um certo metalúrgico conhecido como “Lula”, se intensifica e a luta pela democracia e as “Diretas já” ganham força. Quem não ganhou foi Lula, as eleições presidenciais de 1989 para o “caçador de marajás”, Fernando Color de Melo; sabotado pela mídia e por ele mesmo.
Destaca ainda o historiador, que nos anos oitenta ocorreram fatos de extrema importância para o Brasil e para o mundo. Além da volta à democracia e dos exilados políticos da ditadura, é promulgada em 1988 a Constituição federal, outro sinal da liberdade instaurada. Foi nessa década que o mundo conheceu seu maior avanço tecnológico; aconteceu o Rock In Rio, a morte de Cazuza e Raul Seixas, a consagração de Ayrton Senna, surgiram os neonazistas conhecidos por Skinheads; intensificou-se a migração nordestina para o sudeste na luta contra a fome e o desemprego; ocorreu o acidente nuclear de Chernobil, o surgimento do MST, a Guerra das Malvinas, Guerra do Irã contra o Iraque, o início do fenômeno Globalização, os Tigres Asiáticos e a queda do Muro de Berlim que pôs fim à Guerra Fria entre EUA e URSS.
Reflexos na atualidade
Como se vê, a década de oitenta foi fundamental para a sociedade em que vivemos hoje. A política, os costumes e principalmente a música sobrevivem na juventude atual que venera os sucessos das bandas de oitenta, sem realizar uma reflexão das letras de Renato Russo, por exemplo, que demonstram todo um grito de liberdade da juventude de outrora.
Dedicados em reunir toda uma década em um único livro, os escritores Luiz André Alzer e Mariana Claudino publicaram em 2004 o “Almanaque dos anos 80” uma reunião de dados que fizeram parte da vida de uma geração considerada perdida, e que há muito, pedia reconhecimento. Essa coletânea reúne desde os brinquedos da época, como o famoso Genius e o boneco Falcon, até os filmes inesquecíveis como “De volta para o futuro” e “Dirty Dance” e séries famosas como “Dalas”, “Anos Incríveis” e “As Panteras”.
Amante dessas séries, filmes e brinquedos e fã incondicional da banda “Velhas Virgens”, sucesso da década de oitenta, o estudante de engenharia civil Daniel Cervatos, 23, diz que por ter nascido nessa década sente-se na obrigação de estar de alguma forma ligado a esse tempo. “Faz parte da minha história, foi a época da juventude dos meus pais, e tudo o que rolou, continuou a existir nos anos 90. Eu brincava muito com o Genius, assistia muito o Chaves e minha irmã era louca pelos Ursinhos Carinhosos e pela Xuxa. Sempre ouvi Titãs, Ultrage, Legião e Cazuza. E são coisas que não morreram, estão aí até hoje. O pessoal da minha idade não se preocupa com a história, estão muito presos ao presente e ao futuro e não se dão conta de que tudo o que desfrutam hoje é resultado da luta das gerações passadas”. Cervatos diz que seus pais são nostálgicos puros, especialmente sua mãe que não enjoa de ouvir o velho vinil do álbum “Thriller” de Michael Jackson. Por isso os levou há alguns meses à uma casa noturna em São Paulo e que depois passou a freqüentar, pois descobriu um pedaço de sua vida desconhecido e perdido em algum lugar da história. A “Trash 80”, localizada no centro da cidade é dedicada exclusivamente ao cenário e a musicalidade dos anos oitenta. De quinta à sábado aquele pequeno pedaço do centro volta ao passado, com um clima trash e músicas pop, rock, infantis e todos os hits classificados por eles como “cafonas”.
Cafonas ou não, essas pequenas remanências não deixam essa década tão importante e cheia de histórias pra contar, morrer. E dessa forma, continuam mostrando aos jovens, que os anos 80 não foram a década perdida, mas uma década sedenta por ser encontrada.

Horto Florestal: O verde na Selva de Pedra

Desconhecido pela maioria dos brasileiros, o Horto Florestal esconde histórias e maravilhas naturais em uma área cercada pelo concreto da capital paulista.

Arthur Cezar Santinella, Relações Públicas do Horto e morador da reserva há quatorze anos, explica a diversidade de opções de lazer do local que chega a receber dois milhões de pessoas por semana. Foi fundado há mais de um século por um naturalista sueco, que desejava construir uma reserva ambiental na região da Luz e impedido, encontrou e apaixonou-se pela área de mais de 170.000 alqueires, localizada na zona norte de São Paulo, próximo à Serra da Cantareira.

O Horto oferece trilhas ecológicas como a “Trilha dos Arboretos”, onde se encontra árvores para estudos científicos; espécies vegetais raras como o pau-brasil; fontes de água mineral; diversas espécies animais, cursos de ginástica, coral e ioga para a terceira idade; a casa de verão do Governador do Estado, que já recebeu figuras como Fidel Castro e autoridades de todo o estado, quando ocorreram os atentados de 11 de setembro nos EUA e eventos esporádicos como os que ocorreram no dia 23/06 com apresentação de grupos musicais e realização de exames contra o diabetes.

Além disso, existe no local, o Museu Florestal Otávio Weck, salvo pelo ex-governador Mário Covas de ser desativado e transformado em área administrativa. O museu conserva o maior acervo de madeiras da América Latina e é aberto para artistas ou aspirantes fazerem suas exposições, gratuitamente.

O Horto Florestal, nos revela Arthur, guarda muitas curiosidades, como o monumento que marca o local exato da passagem do Trópico de Capricórnio; a utilização do parque para a gravação de filmes e novelas; a estrada por onde um dia caminhou Albert Einstein; uma área no meio da floresta aonde foi erguido um altar para a realização de missas; o funcionário público mais velho do mundo, Luís Fernando, que consta no livro dos recordes com 71 anos de profissão e a visitação por representantes do governo japonês após a queda da bomba de Hiroshima em 1945, na tentativa de reflorestar o Japão .
Apesar disso, o Horto Florestal continua praticamente anônimo, sendo preterido pelo Parque do Ibirapuera.

Construído para a preservação da água por decreto de D. Pedro II a reserva transformou-se em um paradoxo dentro da cidade de São Paulo. No Brasil onde o desmatamento cresce a cada dia, a cidade que mais degradou a natureza para substitui-la por concreto, também é a que possui a maior reserva urbana preservada do planeta

quinta-feira, 24 de abril de 2008

A nova Vida do Carandiru

Cinco anos depois de ser demolido, o presídio do Carandiru transforma-se em fonte de educação e lazer

Antigo complexo penitenciário, o Carandiru hoje abriga além de uma FATEC e uma ETESP, o Parque da Juventude, que fizeram renascer o local marcado pela violência e pelos fantasmas do passado.

Desativado em 2003, o Carandiru tenta desde então apagar sua marca de violência, dando lugar à educação, com escola e faculdade técnicas, à cultura, com teatro, biblioteca e cinema e o Parque da Juventude, que conta com quadras poliesportivas, pistas de skate, playground, trilhas e muito verde.

Trabalhando há dois ano e meio no parque, a auxiliar de limpeza Marilene Francisca Oliveira Silva, 50, compara o ambiente da região antes e depois do parque. Moradora do bairro Carandiru há 25 anos, Marilene relembra momentos da época do presídio em que os presos acenavam e jogavam bilhetes aos moradores em um ato explícito de solidão.

A auxiliar que teve há dez anos um amigo morto dentro do presídio, condenado por estupro (crime repudiado pelos condenados), não esquece das rebeliões e dos tiros, principalmente do massacre de 1992, que deixou 111 mortos. Para ela, o parque deu uma nova vida ao bairro, já que no lugar dos tiros, ouve-se agora a alegria das crianças brincando.

Os aposentados Cláudio Tomás e Flora Ferri que visitaram o espaço pela primeira vez no dia 24/06/07 e acompanhavam a diversão dos dois netos, destacaram os benefícios trazidos à população com a criação do parque, inclusive em sua utilização por deficientes em sessões de fisioterapia.

Um desses casos é o de Luciano Nunes do Nascimento de 29 anos. Cursando o 7° Semestre de Psicologia no Mackenzie e com deficiência na fala e locomoção, o estudante, apoiado em um andador, caminha por todo o parque sem parecer cansar-se, e ainda brinca: “Não preciso de fisioterapeuta, sei me virar sozinho”.

Acusado de construí-lo como estratégia eleitoral e com o fim de valorizar os imóveis da região, o Governo do Estado tem o parque como ato simbólico para que o local deixe de ser lembrado como sinônimo de violência. O parque emprega mais de 40 funcionários e recebe centenas de pessoas todas as semanas, transformando-se em local de lazer e gerador de empregos.

Fica claro que os vestígios de degradação humana e violação dos direitos humanos estão sendo definitivamente, e para sempre, enterrados.

Pulga atrás da Orelha

No escritório, fim de expediente
Mas o cara logo sente uma coceira
É a pulga atrás da orelha
Salário é baixo mas todo dia tem 'cerão'
'
O operário lá na obra fica naquela
Acha que está sendo chifrado
Todo dia janta pão com mortadela
E o vizinho anda tão bem alimentado. Ê pulga!!!

Pulga atrás da orelha da namorada
que liga para o namorado
celular tá desligado
Será que ele foi mesmo estudar?

Pulga atrás da orelha do deputado que pode ser cassado
“Será que a sessão vai demorar?”
Assim questiona-se a pulga
A pizza vai esfriar

Pulga atrás da orelha do dono do bar
O bêbado bebe a sétima dose
E a cara do cara
É de quem não vai pagar

Pulga atrás da orelha
de quem ouve atrás da porta
aproveita pra bater
um papo com o cupim

Pulga atrás da orelha do presidente da República
Taxa de Juros, Saúde, Inflação, o Bush...
São tantos problemas e até a pulguinha resolve reclamar:
“- Pô ! Eu também tenho família pra criar!!!”

Pulga atrás da orelha da dona de casa que vai ao supermercado
“- Preços altos... Um absurdo!”
A batata, lá em cima, e o chuchu sobe desce,
Sobe, desce,

Sobe, desce, pula e cai
No estádio de futebol
Pulga atrás da orelha do torcedor
Momentos de tensão...

É Gol!!!!!!!!!!!!!!!

Início

Espaço para divulgação dos meus textos, idéias e afins que venham a surgir durante o exercício de minha futura profissão...