sábado, 26 de abril de 2008

Horto Florestal: O verde na Selva de Pedra

Desconhecido pela maioria dos brasileiros, o Horto Florestal esconde histórias e maravilhas naturais em uma área cercada pelo concreto da capital paulista.

Arthur Cezar Santinella, Relações Públicas do Horto e morador da reserva há quatorze anos, explica a diversidade de opções de lazer do local que chega a receber dois milhões de pessoas por semana. Foi fundado há mais de um século por um naturalista sueco, que desejava construir uma reserva ambiental na região da Luz e impedido, encontrou e apaixonou-se pela área de mais de 170.000 alqueires, localizada na zona norte de São Paulo, próximo à Serra da Cantareira.

O Horto oferece trilhas ecológicas como a “Trilha dos Arboretos”, onde se encontra árvores para estudos científicos; espécies vegetais raras como o pau-brasil; fontes de água mineral; diversas espécies animais, cursos de ginástica, coral e ioga para a terceira idade; a casa de verão do Governador do Estado, que já recebeu figuras como Fidel Castro e autoridades de todo o estado, quando ocorreram os atentados de 11 de setembro nos EUA e eventos esporádicos como os que ocorreram no dia 23/06 com apresentação de grupos musicais e realização de exames contra o diabetes.

Além disso, existe no local, o Museu Florestal Otávio Weck, salvo pelo ex-governador Mário Covas de ser desativado e transformado em área administrativa. O museu conserva o maior acervo de madeiras da América Latina e é aberto para artistas ou aspirantes fazerem suas exposições, gratuitamente.

O Horto Florestal, nos revela Arthur, guarda muitas curiosidades, como o monumento que marca o local exato da passagem do Trópico de Capricórnio; a utilização do parque para a gravação de filmes e novelas; a estrada por onde um dia caminhou Albert Einstein; uma área no meio da floresta aonde foi erguido um altar para a realização de missas; o funcionário público mais velho do mundo, Luís Fernando, que consta no livro dos recordes com 71 anos de profissão e a visitação por representantes do governo japonês após a queda da bomba de Hiroshima em 1945, na tentativa de reflorestar o Japão .
Apesar disso, o Horto Florestal continua praticamente anônimo, sendo preterido pelo Parque do Ibirapuera.

Construído para a preservação da água por decreto de D. Pedro II a reserva transformou-se em um paradoxo dentro da cidade de São Paulo. No Brasil onde o desmatamento cresce a cada dia, a cidade que mais degradou a natureza para substitui-la por concreto, também é a que possui a maior reserva urbana preservada do planeta